CONTOS ERÓTICOS

Quando surgiu a ideia de construir o meu site, alguns amigos sugeriram pra incluir um tema interessante... "EROTISMO".

Porque não?

EROTISMO não é pornografia...

EROTISMO é o conjunto de expressões culturais e artísticas humanas referentes ao sexo.

Não direi que todas as pessoas gostem de ler contos eróticos…

Quando se lê um conto erótico, a imaginação é que vai reproduzir o som e a imagem, consuante a forma como se interpreta a leitura.
Na minha opinião raros são os contos eróticos em que o prazer da linguagem está ao nível do outro prazer.
Resta-me desejar boa leitura.

Manuel / Nelo



"MADRUGADA QUENTE"

Era uma madrugada daquelas que faz um calor intenso, ar abafado, quase irrespirável - e eu acabei por me deitar sem esperar por ele. Estava em vésperas de exame e tinha preferido ficar em casa naquele Sábado, como fazia sempre que estava em épocas de exame.
Daniel lá tinha ido trabalhar para o bar. Andava esgotado, eu bem o notava nas linhas do seu rosto, nas olheiras evidenciava, as noites mal dormidas e o tempo dividido entre trabalho e estudo, também ele em épocas de exames. Principalmente ao pensar que estava a tão pouco do final.
Deitei-me em cima da cama, com o lençol e o edredon puxado para baixo. No corpo, apenas uns boxers curtinhos e justos, como costumava andar por casa e nada mais, deixando os seios soltos, em contacto com o lençol debaixo do meu corpo. Naquele apartamento quase não corria aragem e tinha preferido deixar a janela aberta. O Daniel não gostava de ar condicionado.
Os barulhos da noite entravam pela janela, mesmo muito ao longe. O quarto, virado para a rua principal, não era tão sossegado quanto a sala, cuja janela dava para o vizinho curioso que se sentava a ver a televisão junto da sua janela, espichando os olhos para o meu apartamento na tentativa de me ver deambular em trajes menores… ou nua. O meu quarto recebia directamente as vozes dos amantes da noite e dos caminhares apressados do dia, sem qualquer filtro que afastasse os sons típicos de cidade. Mas naquela noite, quase três da manhã, o único som que me entrava pela janela era um miado baixinho e o barulho de alguns carros que iam passando lá mais em baixo, na estrada. O miado talvez partisse do Pilas, o gato da vizinha do meu prédio, o já falecido Pilas, o sedutor da área. Ou de alguma gata que o procurava por ali. Na minha cama, eu. Não uma gata - até porque eu detesto gatos - mas uma leoa à espera da chegada do seu leão. Não sem antes dormitar um pouco. Pretendia passar apenas pelas brasas e acabei por adormecer profundamente, entrando naquela letargia do sono, impossível de definir se o que se vive é realidade ou apenas sonho. A última coisa que me lembro de sentir foi uma gota de suor que escorregou pelo meio dos meus seios, interrompendo o seu caminho na ponta do meu mamilo, num beijo pausado, caindo depois sobre o meu braço estendido na cama. Senti um arrepio de prazer e enquanto a minha mente embrenhava no sono, o meu pensamento ficou preso na lembrança de que eu e Daniel não fazíamos amor há três dias. A tensão por causa dos exames, o stress de um curso que estavas prestes a chegar ao fim, a proximidade de uma decisão sobre o futuro profissional, o trabalho, eram os factores que nos faziam chegar à noite e atirar para cima da cama, esgotados, adormecendo nos braços um do outros, entre beijos e carinho.
Mas eu sentia já a falta do sexo, e sabia que ele também. Por isso, tentara aguentar acordada naquela noite à sua espera, mas o meu corpo pedia cama e eu obedeci-lhe. Acordei com o som da água a correr no duche. Sorri – Daniel tinha chegado e estava a tomar o seu duche habitual, antes de se deitar. Senti vontade de me juntar a ele, e se bem o pensei, melhor o fiz. Saltei da cama, despi os boxers e entrei na casa de banho, sem que ele desse conta. Até que puxei o resguardo da banheira e ele me viu ali, nua, pronta para me juntar a ele. A surpresa nas suas feições foi algo que passou de forma fugaz, dando lugar a um sorriso intenso que terminou numa gargalhada. Entrei na banheira e abracei-o.
- "Dás-me banho, amor? Estou tão suada…"
- "Dou-te um banho sim. Vou deixar-te toda lavada, limpa e cheirosa."
Claro que o banho se transformou em mais que um simples duche. Ensaboámo-nos, entre beijos, deslizámos a esponja pelos nossos corpos, deixando um rasto de espuma do gel e de calor do desejo. Os bicos dos meus seios e o seu membro eram os pólos de denúncia da volúpia que sentíamos, deixando que fosse o desejo a comandar os nossos gestos, no deslizar de dedos que penetravam em recantos, na pretensão de lavar pele, mas acabando por marca a carne com o fogo da paixão. Amámo-nos debaixo da água que corria sobre os nossos corpos, comigo no seu colo, abraçando-o pela cintura, as suas mãos agarrando-me pelo rabo, enterrando os dedos nas minhas nádegas ao empurrar-me de encontro ao seu membro, para me penetrar mais profundamente naquele vai e vém alucinante. Viemo-nos assim uma vez, perdendo o fôlego, as palavras, e as forças, escorregando pela parede até nos ajoelharmos na banheira, abraçados e trocando beijos lentos e meigos. Passámos de novo a água pelos nossos corpos, limpámo-nos e fomos para a cama, depois de passar pela cozinha e arranjar uma pequena ceia. Não demorou muito para nos envolvermos de novo, dando vazão à saudade que os nossos corpos sentiam de se possuir. Deitei-me entre as suas pernas e, agarrando no seu membro excitado baixei o rosto até lhe tocar com os meus lábios. Deliciei-me na pele macia, uma mão repousada na base, acariciando a carne que se me oferecia, a outra subindo e descendo suavemente em toda a sua extensão, enquanto os lábios e a língua iam deixando rastos de saliva, ao som dos gemidos de Daniel. Ele ergueu-se um pouco e, esticando um braço, tocou-me num seio. Senti a carícia e quis mais, o que me fez levantar e rodar o corpo, de forma a rodear a sua cabeça com as minhas coxas. Em silêncio, pedia-lhe que me fizesse sua assim. E logo senti a sua boca imparável, beijar os lábios quentes que se estendiam para ele, ainda escondendo um clítoris excitado.
Entregámo-nos sem tempo nem espaço a uma paixão que sempre nos dominou, ao desejo que sempre nos deixava aniquilados nos braços um do outro.
Foi uma madrugada intensa. Abrasiva.



"ESCAPADINHA NA HORA DO ALMOÇO"

Hoje, à hora de almoço, telefonei ao João para saber se andava muito longe de mim.
Sorte a minha – ele tinha ido a Oeiras de manhã e estava de regresso na hora em que lhe liguei. Ainda não tinha almoçado, tal como eu e logo lhe perguntei se não queria um almoço especial e íntimo no meu apartamento.
- E isso recusa-se? – respondeu logo com uma gargalhada meio surpresa, sabendo o que queria eu dizer com o tom de voz deliberadamente provocador que usei.
Meia hora depois tocava a campainha do meu apartamento e não demorei nem dois segundos a abri-la, e a sentir a força do seu beijo avassalador.
O tesão era tão grande que me limitei a empurrar a porta com um pé e a subir para a sua cintura, braços apertados no seu pescoço, enquanto as suas mãos apertavam o meu rabo contra o seu baixo-ventre, as suas coxas, o seu sexo.
Sentia uma ânsia tão grande que já estava pronta para ele, ainda antes que chegasse. E, quando senti uma das suas mãos por dentro da blusa, apertando um seio, e a língua a fazer malabarismos dentro da minha boca, senti que os meus sucos humedeciam totalmente a pequenina tira de tecido do fio dental.
Desci uma mão para sentir o seu membro que já evidenciava sinais de grande excitação, ao mesmo tempo que deslizava a minha língua pelo seu pescoço e sentia os seus dedos perscrutadores a acariciarem as minhas nádegas e a procurarem o recanto quente, de carne expectante pelas suas carícias. Foi caminhando comigo até à sala, comigo enrolada na sua cintura, até que me pousou no chão, ajoelhando-se e virando-me de costas para ele, forçando-me a colocar de quatro. Ergueu-me a saia até à cintura e agarrou-me pelas ancas, aproximando a sua boca do meu sexo, beijando, deslizando a língua pelo espaço deixado pelo pequenino pedaço de algodão. Não aguentei mais e delirei num orgasmo louco ao sentir os movimentos que a sua língua fazia no meu clítoris, enquanto introduzia um dedo na minha gruta quente, ansiosa e molhada. Apertou-me ainda mais contra o seu rosto, lambendo o mel que de mim escorria. Excitado, desabotoou as calças, tirou o membro e encostou-o ao meu sexo, penetrando-me em seguida, num único movimento. Mais alguns impulsos e senti-o em todo o seu esplendor, dentro de mim, investindo de forma alucinada.
Sentia o seu membro a preencher-me totalmente e as suas coxas encostadas nas minhas nádegas, friccionando e embatendo de forma ritmada. A sensação de algo primitivo, secreto, como se fosse um acto proibido, aumentava a excitação e acelerava os nossos movimentos, fazendo-nos gemer mais alto, suspirar e pedir mais, mais, mais…
Até que as ondas de prazer fizeram rodopiar a mente, perder a noção do tempo e do espaço. O orgasmo atingiu-nos como um tornado, levando para longe todas as nossas forças, fazendo quase perder a respiração, enquanto soltávamos um grito de luxúria.
Caímos para o lado, no chão, abraçados, corpos suados, sem se desunirem, meio vestidos, respirações aceleradas.
Minutos depois, ríamos divertidos por aqueles momentos de loucura.
E que bom que é, ser louco assim.
Curioso, mas nunca tínhamos dado uma destas fugidas a meio do dia. Não foi a minha primeira vez de rapidinhas na hora de almoço, mas foi a primeira vez com o João.
Mas a rapidinha foi apenas o início, porque soube a pouco e ainda tivemos tempo para um segundo round. Desta vez, despidos, com preliminares mais prolongados, usando o sofá como cama, assento, encosto. No fim, um duche a dois, mesmo rápido, e saímos completamente satisfeitos a pensar na nossa loucura e em como poderíamos repetir.
O resultado foi ter chegado à empresa já depois das 15 horas, tentando manter um ar impenetrável. Felizmente não tenho de dar justificações a ninguém, mas acho que… apesar do esforço, deveria estar meio estampado no meu rosto, as emoções e sensações que tinha acabado de sentir.
Hum… tão bom…



"AS MINHAS FÉRIAS"

Foram 8 dias espectaculares, apesar de o tempo não ter ajudado muito, mas mesmo sem aqueles excelentes dias de calor que tivemos antes, aproveitei cada bocadinho. Do primeiro dia não tenho muito para contar a não ser a viagem até ao Algarve. Quando cheguei a casa do João ele já estava à minha espera para seguirmos no carro dele - porque adormeci e acabei por sair de casa perto das 9 horas. O João é… um affair digamos assim, que surgiu na minha vida há cerca de dois meses e cujos encontros se foram tornando mais regulares, até acabarmos nos braços um do outro, que é como quem diz - na cama! Mas essa história fica para outro dia.
Como ía dizendo, ele já estava à minha espera para fazer a viagem rumo às minhas ansiadas férias - ele para pouco mais que um fim de semana. Chegámos ao Algarve ainda cedo, a tempo de deixar as coisas no hotel e procurar um restaurante para almoçarmos. A cidade de Albufeira fervilhava de pessoas já com aquele ar de pleno Verão, apesar de estarmos a meados de Junho.
Depois de almoço andámos um pouco por ali, estivemos numa esplanada e regressámos ao hotel cerca das 16 horas para… um descanso de outra forma. Claro que falo da arte de fazer amor, ou dar uma queca, ou foder, ou pinocar - venham daí mais expressões - e que bem que soube.
Até porque, durante a viagem já havia um prenúncio de que não demoraria muito a rebolarmos de corpos enrolados e só não tinha sido antes, porque a fome de comida - aquela que alimenta o estômago - passou à frente da outra.
O ar condicionado ligado para refrescar o quarto, a penumbra que lançava sombras sobre a divisão e nós dois, nus, entregues a orgasmos loucos que nos faziam gemer. João gosta de fazer amor muito lentamente, mas a primeira foi tão urgente que nem parecia dele - ainda nem estavamos completamente despidos e já o seu membro se enterrava em mim, húmida de desejo. Bastaram poucos minutos de investidas rápidas, intensas e arrepiantes para nos virmos, gemendo no ouvido um do outro, enquanto nos apertava-mos num abraço louco. Depois, foi o despir lento, o beijo deslizante pelo pescoço, o lamber toda a minha pele, a minha boca a escorregar por todo o seu corpo, um maravilhoso sessenta e nove demora-
do que nos proporcionou mais um orgasmo intenso. E por aí continuámos… numa tarde de alucinantes desejos… de entregas sem pressas, onde o olhar não fugia para o relógio, como alguns dos nossos anteriores encontros de hora de almoço no meu apartamento.
Fizemos amor gloriosamente… sendo esse apenas o primeiro dia de um fim de semana… hummmm…
Meu amor lindo, meu João…



"MODO DE TE ACORDAR"

Apetece-me trincar-te… Sim, trincar-te, saborear-te, como quem saboreia e trinca suavemente a fruta madura cujo sumo escorre da boca, descendo pelo queixo e caindo nos meus seios… E se o penso, melhor o faço… São 7h da manhã e dormes profundamente, de corpo desnudo, apenas um lençol a cobrir-te o corpo… e a fonte do meu desejo. Aproximo-me da tua cama e detenho-me indecisa, se me ajoelho junto à cama, se me deito junto a ti. Decido-me por subir ao colchão que te alberga o sono e, entre as tuas pernas uma esticada e outra encolhida de lado, ajoelho-me, puxando o lençol suavemente, de forma a descobrir a pele morena que o tecido esconde. Observo-te em todo o teu esplendor… Chiiuu… Não, não quero fazer barulho, não te quero acordar… ainda… Dispo a minha camisa estilo baby doll, e roço meus seios de mamilos eriçados, pelas tuas pernas, joelhos, coxas, enquanto a mão se dirige para o teu sexo em repouso. Toco-lhe com suavidade, enquanto a água me cresce na boca, de imaginar o teu sabor na minha língua. Agarro-o entre os meus dedos e baixo o meu rosto, aspirando o teu perfume, sentindo como me invade sentidos e me faz ficar ligeiramente húmida. Mas não quero pensar em mim, neste instante. Em ti, apenas em ti. Toco-te com os lábios, depositando um beijo leve na ponta do teu membro ainda meio adormecido. Ele parece sentir a carícia, e o efeito dos meus lábios que passeiam pela cabecinha, junto com o da minha mão que o agarra, fazem-no acordar de mansinho. Sorrio. Deixo que a minha língua resvale por entre os lábios para tocar o teu sexo, deslizando pela pele acetinada. Pela rachinha que clama pelo meu toque. Saboreio-te. E continuo a acariciar-te com os meus dedos, percorrendo a carne quente que se me oferece. A língua passeia pelo membro que, excitado se vai revelando, pulsando. A minha boca desce por ele, sentindo o latejar das veias, até à base, onde deposito um beijo. Torna a subir, até à glande onde deposito mais um beijo enquanto os meus dedos te desejam, excitando-te sem pudor. Sinto os movimentos do teu corpo acordado. Paro e ergo os olhos, deparando-me com os teus que me olham em silêncio, turvos de desejo. Nada dizes, mas o teu olhar pede-me que continue. De olhar preso no teu, entreabro os lábios e rodeio o teu membro com a língua, sem deixar de te observar. Abocanho a tua carne, permitindo que o teu sexo perfumado invada a minha boca, abrigando-se no calor e humidade que rivalizam com a tua carne. Fechas os olhos e gemes. Sinto-o latejar entre os meus lábios e entrego-me alucinadamente ao prazer. Ao teu de sentires as minhas carícias e ao meu de te sentir entre os meus lábios, sabendo o que sentes. Entre os teus lábios saem apenas gemidos, palavras desconexas e suspiros. Sei que estás próximo do orgasmo. Nada te digo, apenas te olho e intensifico os meus movimentos, mais rápidos, a língua lançando-se na tua carne de forma feroz, absorvendo todo o teu sabor. E quando te sinto a vir, espero pelo teu mel, qual taça de champagne, aguardando pelo néctar da vida. Toca a minha língua, derrama-se pela minha pele, pelos meus dedos. Beijo-te e continuo a acariciar-te. A minha língua continua a deslizar pela tua pele, a carne ainda dura, quente, húmida e não paro enquanto ela não fica de novo luzidia e apenas húmida da minha saliva. Ergo-me da cama, ofereço-te um sorriso, e tu olhas-me com uma pergunta estampada no teu rosto. Limito-me a sair para tomar um duche, vestir e ir trabalhar.
Tu… ficas…




"COZINHAR PODE SER EXCITANTE"

Não tenho muito jeito para cozinhar - por falar nisso, o Paulo já me deu mais duas lições de cozinha e acho que estou a melhorar.
Numa dessas vezes, o jantar acabou por ter, como aperitivo, algo muito mais saboroso que qualquer iguaria – amor e paixão no lava-loiças. Fazia bastante calor naqueles meses e, Daniel, estava vestido apenas de boxers justinhos – ficavam-lhe tão bem – e um avental, com aquele corpo que fazia o meu coração disparar, todo à disposição dos meus olhos e… mãos.
Eu andava pelo apartamento apenas em sutiã e mini-saia, com uma peça de lingerie minúscula por baixo. A certa altura, logo depois de Daniel ter fechado a porta do forno – não vale a pena tentarem saber qual o prato que ele fez, o qual nem me lembro, mas também não é importante, pois não? – começámos aos beijos, abraços, encostados à mesa, depois andando até ele ficar encostado ao frigorífico, até que ele me agarrou pelas nádegas e me fez enlaçar a sua cintura com as minhas pernas. Caminhou até junto do lava-loiça dessa forma e sentou-me no mesmo, enquanto eu adorava a sensação do inox frio contra a minha pele. Tirei-lhe o avental enquanto nos beijávamos e ele puxou a minha tanga, fazendo-a descer pelas pernas. O sutiã já tinha sido tirado antes e atirado para o chão. Depois, foi só puxar-lhe os boxers para baixo, agarrá-lo e metê-lo dentro de mim, preenchendo-me, e fazendo com que o meu corpo começasse a tremer em espasmos de prazer, em suor e desejo. Não demorou muito para atingirmos o cume do prazer, num orgasmo apoteótico. Foi uma das rapidinhas mais saborosas que demos. De vez em quando eu adoro assim uma rapidinha.



"ATREVIMENTO"

Quero cometer um atrevimento agora enquanto me lês no teu monitor, e percorres as letras que escrevo, como se fossem dedos pelo meu corpo.
Que atrevimento? - perguntas.
Respondo: De me descolar do teu monitor, abrir uma nesga com dedos de desejo e passar por entre ela uma perna, depois outra e depois o resto do corpo, até me sentar na tua frente, de perna cruzada, sorriso no rosto e nas minhas costas o ecrã esquecido.
Já me atrevi...
E, toco nos teus lábios semi-abertos de espanto, com os dedos excitados e envolventes, enquanto traças linhas imaginárias no meu corpo,dançando por cada reentrância, como que confirmando que estou aí.
Tocas-me com o teu pensamento, afagas-me o corpo com a tua respiração e, sem pronunciar palavra, deslizas os teus dedos pelo meu rosto até repousarem nos meus lábios, onde descansam por momentos, prosseguindo a sua caminhada pela pele do meu pescoço, e continuando a descer.
O teu atrevimento como resposta ao meu. Suspiros... Meus e teus. Descruzo as pernas, mas não volto a cruzar e mantenho-as quase unidas num compasso de espera pela tua vontade em comandar as mãos que as moverão conforme desejes. Deixo-me deslizar pela mesa e sento-me no teu colo. E aproximo os meus lábios dos teus, ainda sem uma palavra. Aconchego-me no calor do teu colo, movendo-me com prazer.
Atrevimento puro. Provocação. E depois… Ah, depois… Deixo que tu comandes o barco das sensações. Com o mesmo atrevimento. Porque eu sou a tua visita atrevida. O teu vírus informático.


(EM BREVE MAIS CONTOS)